domingo, 1 de junho de 2014

Nas tentações, oração constante

Oração constante
            Entre todos os remédios contra as tentações, o mais eficaz e mais necessário, o remédio dos remédios, é suplicar a Deus o seu auxilio e continuar a pedir enquanto durar a tentação.
            Não é raro que o Senhor destine a vitória não na primeira oração, mas sim na segunda, na terceira ou na quarta. É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem. Da oração depende a nossa mudança de vida, o vencer das tentações; dela depende conseguirmos o amor de Deus, a perfeição, a perseverança e a salvação eterna.

Tentação constante, oração constante
            Parece enfadonho de tanto recomendar a importância e a necessidade de recorrer a Deus continuamente pela oração. Mas, não me parece ter falado demais, mas ainda bem pouco.
            Sabemos que somos tentados todos os dias, todas as noites, e que o demônio não perde ocasião para nos fazer cair.
Sabemos que, sem a ajuda de Deus, não temos força para resistir aos assaltos do demônio.
Por isso mesmo disse São Paulo: “Revesti-vos da armadura de Deus para que possais resistir as ciladas do demônio. Porque nós não temos de lutar somente contra a carne e o sangue, mas sim contra os príncipes e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso” Efésios 6, 11-12.
            Quais são essas armas que São Paulo nos manda revestir para resistir ao demônio? Ei-las: “Orando continuamente em espírito com toda a perseverança” Efésios 6, 18. Essas armas são as orações continuas e fervorosas a Deus para que nos socorra e para que não sejamos vencidos.
            A Sagrada Escritura, tanto no Antigo como no Novo testamento, exorta-nos a orar: “Invoca-me e eu te livrarei. Recorre a mim e eu te ouvirei. É preciso orar sempre sem desfalecer. Pedi e vos será dado. Vigiai e orai. Orai sem cessar” (Salmo 49, 15; Jeremias 33,3; Lucas 18,1; Mateus 7,7; 26,61; I Tessalonicenses 5, 17).

            Desejaria que todos os pregadores nada recomendassem tanto aos seus ouvintes como a oração e que os confessores nada aconselhassem com mais calor aos seus penitentes do que a oração. Quereria que os que escrevem livros espirituais falassem mais abundantemente da oração.
Mas eu me lamento e penso até que seja um castigo de nossos pecados o fato de tanto pregadores, confessores e escritores falarem tão pouco da oração. Não há duvida de que as pregações, as meditações, as comunhões, as mortificações ajudam a vida espiritual. Mas se, quando vêm as tentações, não nos recomendamos a Deus, apesar de todas as pregações, meditações, comunhões, penitências e de todos os bons propósitos feitos, acabaremos por cair.
Portanto, se queremos nos salvar, rezemos sempre.
Recomendemo-nos Jesus Cristo, nosso Redentor, especialmente no momento da tentação.
Peçamos-lhe não só a perseverança final, mas também a graça de rezar sempre.
Recomendemo-nos também a Mãe de Deus que é a dispensadora das graças como diz São Bernardo: “Busquemos a graça e busquemo-la por meio de Maria”.
O mesmo São Bernardo nos diz que é da vontade de Deus que não recebamos nenhuma graça, sem que passe pelas mãos de Maria: “Deus quis que não recebêssemos nada que não passasse pelas mãos de Maria”.

Oração
            Jesus, meu Redentor, espero pelo vosso sangue que me tenhais perdoado todas as ofensas que vos fiz. Espero um dia ir vos dar graças no paraíso,  cantarei eternamente as misericórdias do Senhor”.
            Vejo que na minha vida passada, cai e tornei a cair miseravelmente, porque me descuidei de vos pedir a perseverança na vossa graça. É essa perseverança que vos suplico: “Não permitais que eu me separe de vós”. Faço o propósito de pedir sempre, especialmente quando me vir tentado a vos ofender. Jesus, assim proponho e prometo.
            Mas de que me servirá esse propósito e essa promessa, se não me derdes a graça de recorrer a vós? Pelos méritos de vossa paixão, concedei-me a graça de sempre me recomendar a vós em todas as minhas necessidades.
            Maria, minha mãe e minha Rainha, pelo amor que tendes a Jesus Cristo, eu vos suplico que me alcanceis a graça de recorrer sempre a vosso Filho e a vós mesma em toda a minha vida.


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap XVII– Santo Afonso Maria de Ligório

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